Depomento de uma adolescente.
Relato de Vivenciado
"Saí de casa aos treze anos de idade, porque apanhava muito de meu pai. Ele procurou o Conselho Tutelar e aí “virei minha cabeça”. Não obedecendo mais a ninguém, nem a Juiz, nem a promotor, nem a ninguém. Aí comecei a aprontar: a fumar, a beber, a fazer coisas que não fazia antes.
No dia 24 de agosto de 2009 enviaram um ofício para o meio pai. Eu tava em Juremal, os policiais chegaram e então dormi na delegacia. Sofri muito na FUNDAC, não podia confiar em ninguém. No dia 16 de dezembro de 2009, uma menina falou de meu pai e eu bati nela. No dia seguinte a diretora da FUNDAC me levou para a delegacia e o Juiz determinou ir para o SEDUC Padre João Maria, o presídio para menores.
Marcaram audiência para o dia 12/01/2010, nessa audiência ficou determinado o cumprimento de LA – Liberdade Assistida de 06 (seis) meses na FUNDAC. No dia 28/12/2010, na virada do ano me liberaram para ficar com o meu pai. E aí fiquei, mas não queria ficar, eu queria voltar para a FUNDAC. Lá só era ruim, porque queria mandar na gente, tinha hora pra tudo.
Hoje tenho certeza que me recuperei, tenho certeza que não vou fazer mais. O sofrimento que passei de 01 (um) ano e seis meses longe da minha família, da minha mãe, dos meus amigos. Hoje encontrei uma pessoa de futuro, já faz 10 (dez) meses.
Fui indicada pelo CREAS e Conselho Tutelar a participar do Projeto Reconstruindo as Relações Familiares, e dentro as atividades do projeto, decidi fazer o curso de Assistente de Cabeleleiro.
Pensei em desistir do curso, mas, após uma visita da Coordenadora do Projeto Reconstruindo as Relações Familiares e as professoras que ministravam as disciplinas inseridas no curso de Assistente de Cabeleleiro da qual eu estava participando me incentivaram levantando a minha auto-estimam , eu retornei. Depois que, a Coordenadora do Projeto conversou comigo assumi todos os compromissos do curso e de todas as atividades do projeto.
Hoje as pessoas me olham de outra forma, com boas impressões e não me olham do jeito que me olhavam. A partir do curso de cabelo eu já faço atendimento a domicílio. Porém não possuo todos os equipamentos.
Em primeiro lugar agradeço a Deus que me ajudou até aqui, ao Projeto, a Coordenadora do Projeto, SENAC, a equipe do CREAS, Conselho Tutelar e a todos que me ajudaram até aqui e continuam me ajudando.
Obrigada!"
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